quarta-feira, fevereiro 11, 2004

Day #3

Antes de mais as minhas desculpas pelo meu atraso de um dia em existente neste diário mas ontem não consegui, estava de mesmo de rastos.

Ora, 2ª feira dia 9 de Fevereiro de 2004, o que se fez por terras de Vossa Majestade?

Acordámos tardíssimo porque o dia anterior tinha sido cansativo. Pequeno-almoço às 11, mas algo muito leve uma vez que tínhamos ficado (eu e a Cocas) de ir almoçar com o Pestanna ao seu local de trabalho. Comemos uns wrappers que são simplesmente divinais. O que são? O meu consistia em pequenos bocados de carne de porco assado no forno com, alface, cebola, cenoura e maionese. Isto tudo embrulhado (daí o seu nome) numa massa de crepe. Comemos uma metade e levámos a outra para o lanche. Uma situação caricata que ocorreu durante o almoço foi aquando do café. Estávamos (eu, a Cocas e o Pestanna) a tomar café com mais 4 colegas de estágio do Pestanna e nenhum deles era Inglês, nem sequer haviam duas pessoas do mesmo país. Havia um Mexicano, um Turco, uma Espanhola e um Polaco. Foi uma sensação engraçada, fiquei com vontade de ir a cada um daqueles países.

Após o almoço rumámos em direção ao centro da cidade, sem grandes pressas e sem grande objectividade em termos de transportes, o que nos levou a andar algo perdidos durante alguns minutos (quase uma hora). Lá apanhámos o autocarro até Victoria Station onde ficámos de nos encontrar com o Chabas e o com o Barbas vindos de Portugal. Enquanto esperávamos por eles lá fomos para o vício - um white chocolate mocha no Starbucks - aceitam-se sócios para abrir uma cadeia em Portugal. Com a chegada de mais dois Alfacinhas começaram os episódios. Enquanto comprávamos os bilhetes para o Underground e Bus, que também deu algum trabalho, a primeira cena foi uma mulher desatar aos berros com o marido, vá lá saber-se porquê, em plena hora de ponta numa das estações de metro mais movimentadas de Londres. Quase que lhe bateu, agarrou-lhe a cara com uma força como se quisesse fazer sumo de maridinho. Logo a seguir, ainda estávamos nós a comentar aquela cena, quando duas senhoras de cor com uma figura hiper engraçada, devido ao seu cabelo estranhíssimo que mais parecia, não uma mas duas esfregonas e as sandalinhas de enfiar o dedo começam literalmente aos berros com um dos revisores porque, tanto quanto percebi, uma delas tinha um passe inválido e o revisor não a deixou passar nas cancelas e ficou-lhe com o passe. Berraria ao bom estilo do mercado do bolhão, até veio polícia e tudo.

Chegámos a casa, estafados de tanta confusão, e ainda tínhamos de arrumar as coisas todas que as nossas (minha e do Pestanna) mães nos tinham enviado. Verdade seja dita que agora compreendo perfeitamente os imigrantes que levam os chouriços e queijos nas malas quando regressam aos países onde se encontram a trabalhar. Estava cá há dois dias e liguei logo à minha mamã a pedir para me mandar uns vinhitos, uns queijitos, uns chouriçitos e, claro está, o belo do bacalhau.

À noite fomos jantar um Chilli com Carne e umas pints. O Pestanna e a Cocas regressaram a casa enquanto que eu, o Chabas e o Barbas fomos até ao Walk About (que já vos falei) beber mais umas pints. Foi uma desilusão, mas compreensivelmente, o bar estava vazio. Tinha lá estado num Sábado à noite e, claro, estava a rebentar pelas costuras enquanto que numa 2ª feira tinha uns quantos gatos (e algumas gatas) pingados.

No regresso a casa, e preparem-se, é que foi o mais divertido da noite. Chegámos à paragem de autocarro e estava um casal a comer-se desalmadamente. Primeiro que tudo, tinham os dois ar de quem estava bastante inalterado, fosse por alcóol ou outras substâncias e faziam o que tinham a fazer como se mais ninguém ali estivesse. O autocarro chegou e entraram juntamente connosco. O rapaz entrou primeiro e apressou-se a ir para os bancos de trás do piso superior. A sua amiga não encontrava o passe e demorou-se um pouco mais. Entretanto nós ocupámos os lugares do meio (mais coisa menos coisa) também no piso superior. Quando já tudo se encontrava instalado, por um comentário de um deles (acho que foi do Chabas) decidi olhar para o fundo do autocarro para ver se o festim continuava. Fiquei surpreendido (ou talvez não) quando reparei que apenas se via a cabeça do rapaz, de boca aberta a olhar para baixo como se tivesse a braguilha aberta. Virei-me para a frente e comentei de imediato com eles da forma mais ordinária possível:
- Epá a gaja tá-lhe a fazer um ganda bico!
Desculpem lá os mais impressionáveis mas confrontado com uma situação daquelas é mesmo assim que se fala. Queriam que eu dissesse o quê? Acho que a acompanhante daquele jovem lhe está a fazer sexo oral. Adiante.
O Chabas e o Barbas não podiam olhar descaradamente para não denunciar, mais do que os nossos risos estridentes e comentários (se bem que em Português), a nossa suspeita mas finalmente lembrámo-nos de olhar para as janelas e devido ao reflexo qualquer dúvida que pudesse existir esvaneceu-se. O autocarro parou, ela levanta a cabeça, mantendo a mão a fazer o que a boca intervalava, esperou para ver se alguém subia e ocupava lugares comprometedores à actividade de ambos e quando o autocarro retomou a sua marcha ela retomou a sua também. Com esta brincadeira toda carregámos no botão de stop tarde demais e tivemos que saír uma paragem à frente do esperado. Eles lá continuaram a sua viagem, ou o que lhe quiserem chamar.
Chegámos a casa e tivemos que acordar o Pestanna e a Cocas para lhes contar este episódio de, no mínimo, cagar a rir.

Dificilmente vou conseguir escrever algo tão cativante como isto, de tal ordem é a perversidade da mente humana mas vou continuar a tentar, já amanhã.

Entretanto aconselho-vos a ler o post anterior no tempo, seguinte na disposição do blog, foi o Chabas que escreveu e está muito bom.