quinta-feira, setembro 30, 2004

Poesia matemática

Hoje, enquanto vinha no metro para o trabalho, reli uma frase que sempre gostei muito:
"Se eu não morresse, nunca! E eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas!"
Cesário Verde

Comecei a lembrar-me que em tempos achava que quando obtivessemos essa tal perfeição das coisas, provavelmente morreríamos. Foi então que me ocorreu o que decidi apelidar de poesia matemática.

O caminho para ideais de perfeição,
sejam eles de amor ou beleza,
é como uma função exponencial.

Para quem não se lembra, as funções exponenciais são aquelas em que temos e elevado a x ou a -x em que por muito grande ou muito pequeno (consoante seja -x ou x) que seja o valor de x, o valor de y nunca chega a 0 (zero).

terça-feira, setembro 28, 2004

Espero eu...

Espero um dia vir a discordar em absoluto (ou quase) do que acabei de escrever...

Rotina

Pequeno-almoço, caneca de leite frio e duas fatias de pão Panrico com Nutella.
Caminho para o trabalho, viro à esquerda, depois à direita, depois à esquerda, na rotunda saio na 2ª saída, sigo em frente, viro à direita, depois à esquerda finalmente à direita para o parque onde estaciono. No metro, as mesmas escadas rolantes, a mesma porta e a mesma estratégia para arranjar lugar para poder ler sentado enquanto não chego ao Rato. Na saída, sempre pelo mesmo lado, sempre de elevador. Subo a rua até ao jardim que atravesso para depois virar à direita e entrar no Pateo Bagatella.
Almoço, sempre no mesmo sítio, na mesma mesa, a mesma coisa: a sopa do dia, uma sandes com queijo fresco, uma folha de alface e umas rodelas de tomate. Não bebo nada e no fim um café e um bom bocado.
Saio do trabalho, desço até ao metro por um caminho diferente do de manhã mas sempre igual todas as tardes. No metro, o mesmo lado, as mesmas escadas, a mesma carruagem, quase o mesmo lugar.
Encontro o carro, sempre parado ao lado do mesmo Ford Fiesta que como o meu tem uns ferros para transporte de qualquer coisa ou apenas pela estética. O mesmo caminho para casa - saio do parque viro à esquerda, depois dos semáforos à esquerda novamente, sempre em frente, passo o estádio do SCP e mais à frente viro outra vez à esquerda, passo Telheiras e todo aquele movimento, o semáforo em frente ao Parque dos Príncipes raramente está verde, o que me irrita bastante, sigo em frente e no cruzamente não gosto de parar, quem vem da direita tem um sinal de perca de prioridade por isso raramente paro e muita gente se chateia e buzina. Sempre em frente e passo pela minha escola de outros tempos e menos rotina (ou talvez não). No Jardim da Luz, encosto-me à esquerda para nos semáforos da igreja virar outra vez à esquerda, primeira à direita, tiro as chaves para abrir a garagem, estaciono o carro e estou em casa.
Chego e antes de me poder sentar no sofá a ver televisão, lavo roupa, estendo roupa, apanho roupa da corda, lavo louça, faço o jantar, arrumo isto ou aquilo. Finalmente deito-me no sofá a ver televisão e a comer. Uma tosta mista, uma sopa e ice tea de manga. Uma peça de fruta no final.
Adormeço no sofá e quando venho a mim a meio da noite, cambaleio até à cama acabando de me despir entre o corredor e o quarto.
Mais um dia mais uma rotina...

Essencialmente para quem não me conhece, a minha vida não é assim. Felizmente consigo, com a ajuda de quem me rodeia, que a minha vida seja muito pouco rotineira mas por momentos imaginei como seria, uma possível rotina diária.
Quanto tempo conseguiria viver esta vida de rotina?
Mas depois, e é aqui que quero chegar, como será com outras coisas, ou melhor, como será com uma pessoa? Como será vivermos toda a nossa vida com uma outra pessoa, a mesma pessoa, todos os dias. Com os seus defeitos inalteráveis e qualidades que perdem esse estatuto por motivos de habituação. Como será acordar todos os dias ao lado da mesma pessoa, beijar a mesma boca, ouvir a mesma voz, sentir o mesmo calor, cheirar o mesmo cheiro, dia após dia? Será que sou realmente muito insensível ou concordarão comigo se disser que é quase (atenção quase) a mesma coisa que comer todos os dias a mesma coisa ao pequeno-almoço, almoço e jantar, tomar o mesmo caminho todos os dias de ida e de volta para o mesmo sítio onde trabalhamos sempre e para o resto das nossas vidas.

Soluções? Talvez hajam, mas assim de repente parecem-me algo drásticas, diferentes e radicais para o que se vive e o que se vê viver actualmente por toda a gente.
Talvez alguém me compreenda, talvez até concorde comigo.
Não quero partilhar a mesma casa contigo, não quero ter de almoçar, jantar, sequer falar ou ver-te todos os dias. Quero muito menos ter de te explicar que gosto de ti, aprecio a tua companhia, o teu carinho, a tua amizade apesar de pensar da forma que penso. Não quero ter que te dar satisfações da minha vida, do que faço ou não faço, de onde vou ou não vou. Não te quero ter a ti como a única mulher para fazer amor (qual amor, sexo puro e duro) mas também não te direi que tive com outra da mesma forma que o que eu não souber não me magoa. Não quero ter um filho, muito menos teu. Não quero que me digas o que sentes por mim tal como nunca te direi se sinto alguma coisa por ti. Não te quero como parte integrante do resto da minha vida, não quero que te dês com os meus amigos (talvez não me incomode que os conheças) e não quero definitivamente que te dês com a minha família.

(Este post não é para ninguém senão para mim mesmo, portanto que ninguém se sinta atingido(a))

segunda-feira, setembro 27, 2004

Vê-se de tudo...

Os passeios de BTT são muito porreiros porque além de fazermos desporto, temos a possibilidade de admirar paisagens fantásticas tais como, as pernas e traseiros das raparigas jeitosíssimas que pedalam à nossa frente.
Além disso temos sempre os motivos cómicos dos passeios. No fim de semana passado meti-me num passeio no qual a maior parte dos participantes eram velhotes e crianças, portanto tínhamos que andar a um ritmo consideravelmente lento para que ninguém se perdesse. Às tantas, porque o polícia que seguia à frente de moto e os que o seguiam estavam com pedalada, passa por mim um velhote a abrir e a mandar vir com toda a gente por quem passava porque íamos muito rápido e não sei quem já se tinha perdido na rotunda não sei das quantas. O motivo de riso foi quando um outro velhote começou a mandar vir com uns miúdos (na casa dos 18 anos, talvez) porque iam a acelerar muito e não tinha consideração pelos outros. O miúdo respondeu qualquer coisa mas eu só ouvi o final, quando lhe disse: "Você não fala comigo assim". O velhote não está de meias medidas, sai da bicicleta, tira o capacete e vai disto - "...não falo o quê..." -seguido de um valente bofetadão ao miúdo.
Outras cenas muito cómicas mas menos violentas são cenas como estas



sexta-feira, setembro 24, 2004

Impressionante...

Pois é, comecei há um mês e meio por ler um pequeno livro chamado "Cão Vermelho", depois li o "Código Da Vinci", depois um "Romance em Amesterdão" e por último o "Equador".

Será que fui mordido pelo bichinho da leitura? Isso não sei, mas que quero quanto antes começar a ler um novo livro, isso é certo.

Aceitam-se sugestões...

quinta-feira, setembro 16, 2004

Gato Fedorento, ao mais alto nível

O homem a quem parece que aconteceu não sei o quê

Meu amigo, isto o que aconteceu foi muito simples, meu amigo
O que aconteceu é que eu chego aqui, e sou logo confrontado com certas e determinadas situações, hã!
E eu digo: então mas como é que é?
E os gajos: ah, e tal!
E eu: ah e tal não, ah e tal não, então eu venho lá de baixo dizem-me que não sei quê, chego cá acima afinal parece que não, em que é que ficamos?
E os gajos: ah não sei que mais e o camandro
E eu: maaau, queres ver que a gente tem que se chatear?
Porque isto não pode ser, eu sou um gajo que tá aqui a trabalhar, eu quero trabalhar, hã e sou... e dizem-me, como eu aqui ouvi, dizem-me: ah não sei quê!
Mas o que é isto, o que é isto?
Isto não se faz... porque eu sou um gajo que s... dou-me bem com toda a gente sim senhor, dou-me bem, por mim tá tudo bem e fazem-me isto.
E há gajos que andam praí, fazem trinta por uma linha e depois passa tudo, incólume... que é coisa que eu não percebo.
É que eu assim não venho... deixo de vir aqui, vou fazer a minha vida pra outros sítios, sítios onde inclusivamente malta me diz: epá e tal sim senhor.
E é para lá que eu vou, deixo de vir aqui pá... hã, porque quando eu vejo que há aí palhaços pá, que falam falam falam falam falam falam pá, e eu não os vejo a fazer nada pá, fico chateado, com certeza que fico chateado pá.
Tá a perceber?
Tss...ah!!!


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terça-feira, setembro 14, 2004

Mais uma música na qual me viciei...

When you're walkin' down the street
And a man tries to get your business
And the people that you meet
Want to open you up like Christmas
You gotta wrap your fuzzy with a big red bow
Ain't no sum bitch gonna treat me like a ho
I'm a classy honey kissy huggy lovey dovey ghetto princess

Cuz you're filthy Oooh, and I'm gorgeous
Cuz you're filthy Oooh, and I'm gorgeous
You're disgusting Oooh, and you're nasty
And you can grab me oooh, cuz you're nasty

When you're runnin' from a trick
And you trip on a hit of acid
You gotta work for the man
But your biggest moneymaker's flaccid
You gotta keep your shit together
With your feet on the ground
There ain't noone gonna listen
If you haven't made a sound
You're an acid junkie college flunky dirty puppy daddy bastard

Cuz you're filthy Oooh, and I'm gorgeous
Cuz you're filthy Oooh, and I'm gorgeous
You're disgusting Oooh, and you're nasty
And you can grab me oooh, cuz you're nasty


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segunda-feira, setembro 13, 2004

Bu, de A a Z

Li, recentemente, no Diário da Loira um post intitulado "LOIRA... De A a Z...".
À falta de imaginação para escrever sobre qualquer coisa interessante decidi fazer a mesma coisa.
Um bocado narcisista?
Talvez, mas também, o blog é meu (e de mais uns quantos) não é?

Então cá vai:
Apaixonado, quando sou, sou mesmo muito...
Bruto(inho), principalmente para aqueles de quem mais gosto...
Cozinhar é uma das minhas muitas paixões...
Dado, sou bruto mas também sou muito dado aos meus amigos...
Exigente, mais com os outros do que propriamente comigo...
Farto da faculdade e de nunca mais acabar aquela merda...
Grande, pelo menos fisicamente...
Hugo, não adoro o nome mas é o meu...
Irina, também não gosto mas é o da minha mana...
Já comia, vai ser o nome do meu restaurante...
Kona, é uma marca de bicicletas muito louca, ando um bocado apanhadinho por Kona...
Lugar do Mondego, é o nome da "Quinta" dos meus Pais pela qual estou apaixonado...
Monsanto, tenho ido para lá andar de bicicleta e é muito fixe...
Nunca digo nunca, pelo menos tento não dizer...
Obrigações, ainda não aprendi a não fugir a algumas...
Pais, às vezes parece que não, mas não sei o que seria de mim sem os meus...
Qualidade é algo que prezo no trabalho que desenvolvo...
Relva, adoro ver um campo de golf, um relvado que parece não ter fim...
Sesimbra, 2ª quinzena de Agosto, que noites espectaculares que lá se passam...
Teimoso, sou muito teimoso mas acho que sei dar o braço a torcer quando é preciso...
Unicos, tenho amigos que são únicos no mundo e que não quero que vão pra longe, Pestanna...
Vela, tenho saudades de andar à vela, é das melhores sensações possíveis...
Xiça, que isto nunca mais acaba...
Zaragatas no trânsito é coisa que me acontece muito... ainda estou para perceber porquê...

sexta-feira, setembro 03, 2004

"Não sou apaixonado por ti desde então, nem sequer me apaixonei na altura. Mas uma coisa é, certa apaixonei-me e continuo muito apaixonado pela ideia de me vir a apaixonar pela pessoa que és."

Porque gosto e não me quero esquecer desta frase, aqui fica.

Piadinha com coisa séria...

Apesar de ser um assunto sério não posso deixar de fazer a piadinha (ainda por cima vou fazê-la com a minha pessoa para não ofender ninguém):

Quando, hoje ia apanhar o metro reparei numa faixa colada num corrimão que dizia "EU FIZ UM ABORTO". A primeira coisa que pensei foi: a minha mãe também...mas eu tive sorte ;-)

quarta-feira, setembro 01, 2004

O gajo é porreiro, não acham??

Sem querer fazer um juízo do caso não posso deixar de deixar aqui uma crítica aos senhores com os poderes para o fazerem.

Para não criar falsas expectativas nas vítimas, por serem presas e seguidamente libertadas (com a rápida revogação da prisão preventiva), um dos juízes do caso da Casa Pia decidiu recolher os mandados de captura.

Notícia integral