segunda-feira, agosto 30, 2004

Constrangido mas à rasca

Hoje entrei numa casa de banho pública com apenas dois urinóis. Num deles estava um senhor na fase da sacudidela. Percebi logo que já estava na fase da sacudidela porque tinha a mão esquerda a agarrar o instrumento e o braço direito ligeiramente erguido, a fazer um ângulo de cerca de 45º com o tronco (tapava o urinol do lado e tudo), mão aberta e dedos esticados. As sacudidelas eram de tal ordem vigorosas que mais parecia um cowboy num daqueles rodeos americanos a domar um cavalo selvagem. Senti-me algo constrangido em perturbar o senhor naquele momento, mas estava tão à rasca que pensei: "Ó sócio chega-te lá pró lado porque o meu cavalo também está armado em selvagem e já não o aguento muito mais".
Ele deve ter percebido a figura que estava a fazer que assim que sentiu que estava mais gente na casa de banho saíu a correr.

quinta-feira, agosto 26, 2004

Carta

Não falei contigo
Com medo que os montes e vales que me achas
Caíssem a teus pés...
Acredito e entendo
Que a estabilidade lógica
De quem não quer explodir
Faça bem ao escudo que és...

Saudade é o ar
que vou sugando e aceitando
Como fruto de Verão
Nos jardins do teu beijo...
Mas sinto que sabes que sentes também
Que num dia maior serás trapézio sem rede
A pairar sobre o mundo
Em tudo o que vejo...

É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago feiticeiro
Que a minha bola de cristal é folha de papel
Nela te pinto nua, nua
Numa chama minha e tua.

Desconfio que ainda não reparaste
Que o teu destino foi inventado
Por gira-discos estragados
Aos quais te vais moldando...
E todo o teu planeamento estratégico
De sincronização do coração
São leis como paredes e tetos
Cujos vidros vais pisando...

Anseio o dia em que acordares
Por cima de todos os teus números
Raízes quadradas de somas subtraídas
Sempre com a mesma solução...
Podias deixar de fazer da vida
Um ciclo vicioso
Harmonioso ao teu gesto mimado
E à palma da tua mão...

É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago feiticeiro
Que a minha bola de cristal é folha de papel
Nela te pinto nua, nua
Numa chama minha e tua.

Desculpa se te fiz fogo e noite
Sem pedir autorização por escrito
Ao sindicato dos Deuses...
Mas não fui eu que te escolhi.
Desculpa se te usei
Como refúgio dos meus sentidos
Pedaço de silêncios perdidos
Que voltei a encontrar em ti...

É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago feiticeiro...

...nela te pinto nua, nua
Numa chama minha e tua.

Ainda magoas alguém
O tiro passou-me ao lado
Ainda magoas alguém
Se não te deste a ninguém
Magoaste alguém
A mim passou-me ao lado...

A mim passou-me ao lado...

.: Clica no botão direito do rato, selecciona salvar destino como... e ouve

O Final do Código Da VInci

Este post destina-se a todos aqueles que ainda não leram o Código Da Vinci.
Eu já tive a oportunidade de ler o livro, e à medida que ia chegando ao fim, surgiu-me uma ideia de fazer dinheiro fácil, mas que o lucro da mesma, destina-se ao bem estar comum.
Fiz um resumo dos últimos cinco capítulos (mais ou menos 30 linhas), e que de uma forma sintética, mas bastante objectiva expõe o fim do livro.
Ora devem estar vocês a pensar: “Mas o que é isso têm haver com fazer dinheiro?”. Eu explico.
Caso a minha conta bancária não atinja o valor €100 em transferências bancárias (calculei este valor, tendo em conta o numero de pessoas que falam do livro neste blog, cada pessoa corresponde a uma percentagem, e que a multiplicar pelo o valor do livro, obtêm-se os € 100), até ao dia 1 de Setembro (próxima Quarta), eu irei publicar o resumo que fiz no BecBec.
Os €100, irão servir para financiar o jantar que faremos no dia 3 de Setembro (Sexta-feira).
O meu NIB é:

0010 0010 78438012001 67

Como podem ver o lucro obtido não se destina a satisfazer caprichos meus.


PS- Bu se te atreveres a bloquear-me no BecBec, nem que eu tenha que enviar o resumo por SMS. Pode dar mais trabalho…mas o efeito é o mesmo. Eh eh eh

terça-feira, agosto 24, 2004

Envolvente até mais não

Um conselho para quem NÃO gosta de ler: leiam O Código Da Vinci, é simplesmente genial.

Uma vez que não sou grande adepto da leitura a minha opinião pode ser vista de duas formas: se ele não gosta particularmente de ler e está a gostar tanto deste livro é porque é mesmo bom, ou então, visto que ele leu tão pouca coisa tem uma amostra para comparação algo diminuta. Vejam como queiram mas uma coisa vos digo, até podia nunca ter lido um único livro na vida para ter a certeza de que este é, no mínimo, um bom livro.

Como cinéfilo que sou, mal posso esperar pelo filme. Qual "Sexto Sentido", "Armadilha" ou "Thomas Crown Affair" qual quê. Ou muito me engano ou há de ser um muito maior sucesso.

Enquanto o filme não sai, continuo a minha leitura, na casa de banho, no metro, no carro (parado nos semáforos), no Mac (enquanto almoço) - Socorro, será que estou doente e preciso de ajuda ou simplesmente comecei a perceber agora o gosto pela leitura??

segunda-feira, agosto 16, 2004

Sempre ouvi dizer: "O que tem de ser, tem muita força"

Eu digo antes: o que NÃO tem de ser é que tem muita força

A ignorância da implicância

Desde sempre me incomodaram aquelas pessoas que criticam os outros porque são betos ou porque são janados ou porque são parolos.
Claro que já fiz comentários à forma de vestir de um beto, janado ou parolo mas aceito perfeitamente que nem toda a gente goste das mesmas coisas que eu (e ainda bem que não gostam).
Hoje li um post da minha amiga Zi, no qual ela aparece a criticar a alto e bom som as pessoas e as festas que se vivem no Algarve nesta altura do ano. No final do post escreveu: "posso pegar na minha guitarra, nos meus amigos, ir para a praia, fazer uma fogueira, e improvisar um sing-along…Precisamos de tão pouco para ser felizes, e é nos sítios mais simples que nos sentimos mais confortáveis. Para quê inventar?".
Apesar de já lhe ter deixado um comentário, vi-me compelido a escrever este post, provavelmente porque tenho uma grande amiga que pensa exactamente da mesma maneira.

Em tempos também me sentia incomodado com estas coisas, mas depois de me pôr a pensar um bocadinho interroguei-me: afinal quem é o parvo? Eles porque olham e criticam tudo o que lhes passa à frente e vivem uma vida de futilidade absoluta ou Eu porque me preocupo e incomodo com isso.
Vá lá, já chega, divirtam-se sem estarem preocupados com os outros, é tão mais porreiro.
Eu gosto de saír em Lisboa e ir para o Lux ou para a Kapital, gosto de saír em Alcobaça e ir para o bar do Nuno ou Israel, gosto de saír em Peniche e ir para os bares onde é só pescadores ou para a Green Hill, gosto de saír no Algarve e ir para a Casa do Castelo, para o Klub, para o Black Jack ou para uma festa que houve em Sagres cheia de pastilhados, gosto de ir para Penacova para o sossego d'A Casa o Nascer do Sol que fica no meio do nada e não fazer outra coisa senão conversar.
Uma coisa eu não dispenso, é que estas saídas sejam na companhia dos meus amigos e daqueles com quem me sinto bem (ignorando tudo o resto). O mais importante não é saber ser feliz com pouco e nos sítios simples mas sim com o que tivermos e onde quer que seja.

O estertor do diário da Alice

Desde que o li pela primeira vez que me senti apaixonado.
Apaixonado pela escrita, pelo conteúdo, pela escritora, pelos seus filhos, pelo seu diário.

Já há algum tempo que não a visitava, e na semana passada aproveitei para pôr em dia as minhas leituras.

Achei estranho o último post ser de 23 de Julho mas achei que como tantos outros estivesse de férias e impossibilitada de escrever.
Li atentamente alguns dos seus últimos posts e uma palavra ficou-me "atrás da orelha". Estertor. Ou como ela própria escreveu: "Mais precisamente, é o plural desta palavra que não me sai da cabeça. Estertores." No seu último post, no mesmo onde usou essa palavra, pode ver-se uma imagem de Carlos Paredes, com um ramo do que me parecem ser cravos. Apesar de vestido com um fato e sobretudo pretos, encontra-se com água pelos joelhos.
Achei tudo aquilo algo mórbido e término mas nem quis colocar a hipótese que hoje confirmei.

Estertor - ruído da respiração do moribundo;

Com muita pena minha, acabou-se o diário da Alice e dos seus Matraquilhos.

quarta-feira, agosto 11, 2004

Hum, que delícia...

Ingredientes:
  • 500 grs de fusilli tricolor
  • 250 grs de miolo de camarão
  • 250 grs de miolo de berbigão
  • 6 fatias de presunto
  • 1 tomate maduro
  • 1 cebola
  • 1 garrafa de natas (Président)
  • 2 dentes de alho

Modo de preparação:

  • Pôr a massa a cozer com um fio de azeite e sal q.b.
  • Numa frigideira grande (tipo wok chinês) colocar o alho partido aos bocados com um fio de azeite.
  • Juntar a cebola e deixar refogar em lume brando (adicionar mais azeite se necessário)
  • Juntar o presunto e o tomate partidos aos bocadinhos e adicionar um pouco (muito pouco mesmo) de vinho branco - deixar ferver
  • Adicionar o miolo de camarão e berbigão e especiarias à descrição (pimenta, piri-piri, cominho, o que gostarem)
  • Depois de muita fervura em lume BRANDO adicionar as natas e mexer enquanto continua a ferver para que fique tudo bem ligado
  • Colocar a massa num recipiente largo (apresentável numa mesa) e espalhar o preparado por cima

Se tiverem dúvidas de que ficou óptimo, deixem os vossos emails nos comentários que eu ponho-vos em contacto com as pessoas que tiveram a honra e o prazer de comer este belo prato ontem à noite!

PS - Obrigado pelo picador de gelo.


quarta-feira, agosto 04, 2004

Há uma 1ª vez para tudo

Este ano é o meu primeiro ano sem férias.
Quando me perguntam porque é que não vou ter férias explico que não tenho disponibilidade financeira e psicológica para ir de férias. Torcem sempre o nariz à "disponibilidade psicológica".
Passo, então, a explicar: além de ter imenso trabalho, e de estar a ter imenso prazer no meu trabalho, não estou com disponibilidade financeira para fazer as férias que gostaria. Não, não era ir para a Tailândia, Brasil ou outra coisa do género. Sou muito modesto, só queria ir uma semaninha para Tarifa. Mas gostava que fosse uma semana à grande, jantar e saír todas as noites e não ter de me preocupar em contar os tostões. Queria ficar numa casa onde bastasse atravessar a estrada (ou coisa do género) e estar na praia. A disponibilidade psicológica entra quando penso nas férias que podia facilmente fazer. Seriam umas férias em pouco ou nada diferentes dos anos anteriores: uma semana no Algarve, a saír à noite e apanhar bezas. No dia a seguir, acordar ressacado, tomar um mega pequeno almoço, ir para a praia e ficar a torrar ao sol, com milhentas de pessoas quase em cima da minha toalha. Sempre as mesmas caras e pouco de novo para fazer. Não estou com paciência, ou seja, disponibilidade psicológica ;-)

Boas férias para os restantes

Em Novembro vingo-me: duas semaninhas no Brasil a fazer.... ponta!!!